Não é utopia, imaginação. É simplesmente realidade. Verdade que vivo e sinto a cada instante nos meus dias de trabalho como Assessor Pedagógico da Casa Familiar Agroflorestal do Baixo Sul da Bahia, no município de Nilo Peçanha. É uma pedagogia inovadora, envolvente, transformadora, que faz surgir no chão da terra um jovem protagonista da sua própria história e gerenciador da sua comunidade. É uma pedagogia da terra, que cria e possibilita oportunidades, escolhas e autonomia. Nos faz enxergar com muito mais carinho o nosso lugar e nos impulsiona a ser atuante na nossa unidade família.
É uma pedagogia que atende as reais necessidades e peculiaridade de uma cultura que antes era esquecida, negada, excluída, não respeitada. É uma Educação do Campo que quebra o modelo curricular urbanocêntrico e insere um currículo de vivência, valoriza a diversidade cultural compatível com a área de preservação ambiental, a APA do Pratigi. Permite a (re) construção de identidades, visa atender aos anseios de uma sociedade plural, silenciada desde o período colonial.
Não quero aqui colocar no topo como uma das melhores práticas educativas, mas vejo que ela é especial e faz diferença entre todas que já conheci ao longo da minha formação em Pedagogia, Licenciatura / Letras e Mestrando em Educação.
A cada momento que faço leituras sobre ela, encanta-me, fascina-me e deixa-me cada vez mais apaixonado. Apaixonado pela vida, pelo cheiro da terra, pela comunidade que vivo, pelas pessoas que estão ao meu redor, pela flor, pelo campo, por todos aqueles que conhecem e que ainda terão oportunidade de conhecer e tenho certeza que não irão se arrepender. Estou completamente envolvido por essa prática e agradeço ao meu bom Deus por não existir nenhum cientista e/ou mago que invente um antídoto para acabar com isso.
É bonito de se ver estampado nos rostos dos nossos jovens a alegria de viver essa forte pedagogia. É tão bom apreciar e ao mesmo tempo participar de discussões e debates que envolvem temáticas importantes para a formação do homem em prol e a favor da terra, do seu habitat.
A pedagogia que tanto falo e coloco como referência para todas e outras pedagogias que irão surgir é a PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA. Preconiza a formação do sujeito em sua completude, bem como o desenvolvimento local onde vive, que lhes permita atuar como profissional no meio rural. No escopo desta proposta, os jovens beneficiários vivenciam um programa de formação profissional que contempla também o desenvolvimento humano, social e tecnológico articulado com a Ficha de Acompanhamento na Unidade Família, pois o jovem fica fora do Centro de Formação, a Casa Familiar durante 15(quinze) dias realizando o plano de estudo e atividades correlacionadas ao tema da Alternância com a comunidade a qual se encontra inserido. O Monitor da referida alternância, fará uma visita técnica a casa e comunidade do jovem para saber como está sendo o andamento do trabalho, se tem dificuldades, sua expectativa em referência ao curso, articulação do conhecimento na teoria com a prática cotidiana e outros itens que julgarem necessário durante a sua análise e observação.
A visita na Unidade Família é um momento significativo que possibilita ao Monitor aproximar-se, conhecer um pouco mais da realidade vivida dos nossos jovens.
Então caro leitor, o que você me diz? Observou, agora vale a pena conhecer e mergulhar nesta bela história.
Afinal, Construímos, Familiarizamos, Agimos e Fazemos a nossa caminhada!
José Luis Monteiro da Conceição é natural de Nilo Peçanha-Ba, Pedagogo, Licenciado em Letras Português e Inglês, Mestrando em Educação UDELMAR/Chile, Tutor da Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC/EAD e Assessor Pedagógico da Casa Agroflorestal do Baixo Sul da Bahia - Cfaf.
